Desde criança sempre morei na mesma rua. Não é muito agitada, nem muito bonita, entretanto, nela tenho muitas lembranças que guardo com carinho. Lembranças boas, de pessoas que já não vejo. Entre elas está a uma vizinha que me lembra muito Cassandra, do filme 'A bruxa do bem'.
Ela tinha um cão labrador bem grande, e que, como de costume da raça, amava brincar, mas não tinha o menor cuidado com pessoas. Ainda consigo sentir o peso de sua pata sobre a minha mão.
Era jovem, gostava de festas e viagens, mas, ao mesmo tempo, me passava um sentimento de conforto de vó. Aquela da casinha de cipó que eu tanto amava. Não que cheirasse lavanda ou ficasse tricotando o dia todo, mas a forma como ela interagia comigo e com a minha família, transmitia isso.
Sua casa, apesar de simples por fora, me transportava para outro mundo. Entre ornamentos de diversos países e culturas, me encantava, em especial, pelo duende que ornamentava uma estante.
Hoje já não sabemos para onde foi ou como vive, na casa, outrora mágica, hoje habita uma estranha família, que apenas os gatos são de meu agrado.
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